O QUE NOS PASSA
E os dias se vão, mesmo que parte deles parada em congestionamentos vários, diversos. Eternos. Imóveis.
O que está congestionado, o que não anda?
Comecei ou retomei minhas caminhadas longas e regulares. Vesti dois prazeres: a fotografia, o caminhar e saí por aí.
Todas as sextas vou e volto da análise à pé. Tocada por algum pé de vento, tentando fechar a semana com brisa, buscando alguma coisa que de pé pendure, perdure e aponte a cabeça.
Assim começou a série O que nos passa. Um jogo de dentro e fora. Um processo visual impulsionado por outros sentidos do divã. O que vejo então? O que tanto me escapa?
Cercada por eles, me aproximei. Eles, os muros! Tanto com os de dentro como com os de fora. Materiais sem fim, em mutação contínua e com uma aparência instável onde teimam em dissimular sua resistência.
Variando os caminhos. Descobrindo outras rotas. Cartografando, fotografando. Mixando. Passando o caminho a limpo das cidades que construo. Que atravesso e onde procuro o verso.
Criando mapas, continuo a perambular por aí. Em qualquer dia. Sem qualquer desculpa.
Patrícia Gatto

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